Te amo , sempre amei .

Tá chorando? Não. Tá chorando sim. Não tô não, é só um cisco. Mentira. Tanto faz. Tu é a garota da história, não deveria começar a chorar mais e dizer que está tudo errado e depois falar algo romântico para eu poder te abraçar e beijar e essas babaquices todas? Provavelmente, devia, mas não vou. Porque não? Porque eu não sou esse tipo de garota. E que tipo de garota tu é? O tipo que não vai se apaixonar por você. Resposta errada, esse tipo de garota não existe. Convencido. Teimosa. Galinha. Ciumenta. (…) Falei a verdade, não falei? Cala a boca. Tá na defensiva, isso quer dizer que eu acertei em cheio, não é? Não. Outra mentira. Tu não sabe de nada. Sei que tu tá mentindo e que morre de ciúmes de mim, já não é o bastante? Não. O que mais eu deveria saber? Sei lá, se eu te disser o que tu tem que saber, perde a graça. Tu só tem que saber, entende? Tu é muito confusa. Sou, então? Então o que? O que mais tu sabe, oras. Sei que tu usa umas gírias muito antigas e que não sabe cozinhar. Melhor gírias antigas do que só falar palavrão… Sei que tu odeia quando alguém fala palavrão, mas fala o tempo todo. E odeia que ponham gelo demais no copo, porque te queima o nariz. Sei que tu não tem medo de cobra nem aranha, mas odeia o escuro. Escova o cabelo trinta vezes ao dia e insiste em dizer que continua enrolado, odeia que te deixem esperando por mais de cinquenta segundos e se acha a dona da razão o tempo todo. A verdade? Tu geralmente tem a razão, mas eu prefiro não admitir isso. Tu sempre fica linda enquanto discute comigo por essas besteiras. Tenho certeza, também, que tu não vai admitir isso, mas estava chorando por minha causa. Mentira. Ah, é? (…) E fica quieta quando percebe que perdeu uma discussão. Aconteceu o contrário. Como assim? Tu foi a menina que disse algo romântico, eu devo te abraçar e te beijar agora? Só se tu admitir que eu tava certo. Cala a boca. Eu te amo. Eu sempre amei .