domingo, 1 de abril de 2012

Um frio incomum .

Nas tardes de domingo eu tentava fazer doces , aqueles que você me ensinou, ver algum filme, caminhar pela casa, abrir a geladeira pra pensar, trocar os canais de forma compulsiva mas eu não podia evitar, não podia desviar meu pensamento pra coisas tão alheias a mim, quando dentro de mim algo ia mordendo e corroendo tudo que tem lá, essas mordidas se derretiam em lágrimas e eu sentia frio, um frio incomum, daqueles desesperadores, eu pedia por um pouco de calma, um pouco de paz, mas você nunca me deixou, nunca me deixou ter calma, sempre foi aquele vai e vem, aqueles dias vazios e aqueles dias cheios, no fundo eu gostava disso, mas havia se tornado tão insuportável viver sempre nessa dúvida, viver sempre te querendo, te precisando, te desejando, te idealizando, te sonhando, que eu já não conseguia mais lembrar como era sorrir de forma sincera e feliz, eu já tinha esquecido de como eu gostava do sol, por que você é como um dia frio, uma tarde fria, e nessas tardes sempre tem aquele espaço com sol na calçada que todos correm pra se esquentar um pouco, você nunca me deixou ir no espaço com sol, meus dentes estão tremendo e roubaram meu casaco(você), onde você está agora? onde eu estou? Cale minhas lágrimas, aqueça meu coração, me leve pra casa, por favor.

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